FAZER O BEM
SEM OLHAR A QUEM
SEM OLHAR A QUEM
A guerra do Vietnã havia acabado fazia pouco tempo...
Deixou uma soma de soldados mutilados e grande quantidade de guerreiros mortos.
Dentre os sobreviventes, um soldado estava finalmente voltando para casa.
Antes de embarcar para a cidade onde morava, resolveu telefonar para os pais e contar a notícia.
Mãe, pai, eu estou voltando para casa e gostaria de lhes pedir um grande favor. É que tenho um amigo, também sobrevivente da guerra, que pretendo levar comigo.
Claro, responderam os pais solícitos.
Nós adoraríamos conhecê-lo!
Todavia, diz o filho, há algo que vocês precisam saber: ele foi terrivelmente ferido durante a batalha, pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna. E como não tem nenhum lugar para onde ir quero que ele vá morar conosco.
Depois de um breve momento de silêncio do outro lado da linha, a resposta veio:
- Sentimos muito, filho. Nós talvez possamos ajudá-lo a encontrar um lugar para morar, mas infelizmente não podemos traze-lo para nosso lar.
- Não, mamãe e papai, eu quero que ele more conosco, suplicou o rapaz.
Filho, disse o pai, você não sabe o que está pedindo.
Alguém com tanta dificuldade seria um grande fardo para nós.
Nós temos nossas próprias vidas e não podemos deixar que uma coisa como esta interfira em nosso modo de viver.
Acho que você deveria voltar para casa e esquecer o rapaz. Ele encontrará uma maneira de viver por si mesmo.
Naquele momento, o filho desligou o telefone. Os pais não ouviram mais nenhuma palavra dele...
Alguns dias depois, receberam um telefonema da polícia com a triste notícia...
O filho deles havia caído de um prédio.
A polícia acreditava em suicídio.
Os pais, angustiados, tomaram o avião e foram ver o que acontecera com seu filho querido.
Levados para identificar o corpo descobriram, para seu horror, que o soldado mutilado era seu próprio filho.
Ambos sentiram, naquele momento, como se uma navalha lhes dilacerasse o coração.
Perceberam que ao negar ajuda a um rapaz desconhecido, desprezaram o próprio filho que desejava saber como seria tratado ao voltar para casa com as mutilações da guerra.
Fonte: Momento de Reflexão
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